Museum

Museum

 "São tempos difíceis para os sonhadores..."

Amélie Poulain.

Um museu com grandes colunas que permitem a luz amarelada as atravessar dando ao seu interior um tom de aconchego. Já é fim da tarde.

Uma garota passa deslumbrada em meio as obras. Tudo que toca lhe parece familiar, porém seu olhar permanece fixo no caminho a percorrer.  "Reconheço nessas peças as pessoas que as fizeram. São bibelôs, bonecas... Mas num museu? Como isso tudo veio parar aqui?"

No meio do salão encontra um instrumento de um brilho radiante. Uma arpa, deitada sobre os pés de uma mesa, sem tampo, delicadamente encaixada. Evan a segue hipnotizado por sua beleza, sem ser percebido, curioso pela determinação com que anda pelo lugar como se tivesse algo a cumprir, sem tempo para explicações. Ela se movimenta mecanicamente como se fosse um androide, os passos são contados.

Aoda atravessa o salão e retorna aos corredores, quando Evan percebe que não estão sozinhos. Entram por uma sala encoberta por uma longa cortina de veludo violeta. Alguém se aproxima e a guia por um espaço tão sombrio como a noite, uma especie de subterrâneo. No meio do percurso uma visão assalta Evan, ele para e começa a descrever a cena:

Um líquido é despejado em um recipiente translucido, um outro lugar em outro tempo. Ao lado um livro antigo se abre. Antes que pudesse dizer algo Aoda segura sua mão a aperta. Acenando levemente a cabeça, diz pelo olhar que é preciso voltar, pois não há mais tempo.

Evan acorda como um ímpeto - já conhecia Aoda. Olha em direção a mesma que é guiada por um mini robô - uma figura caricata, baixo, gordo, risonho como os brinquedos eletrônicos das noites de Natal. Eles se aproximam de uma mesa como a de antes, nela repousa uma arpa agora tão brilhante como as estrelas . O robô estende a mão direita em direção a arpa, nela uma tesoura dourada corta a primeira corda como se fosse um fio de cabelo.

O tempo começa a ser contado a partir de então...

Evan
2006

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