O primeiro contato

 "o mais importante é que estamos bem posicionados. Depois veremos o que faremos com os 'arpões'. (...) Estamos em contato, isto é o mais importante. E, sobretudo, temos energia".

Sonda Robô Phillae, Jean-Yves Le Gall.

O que eu quero transformar com a minha vida? A visão do homem sobre ele mesmo. O eu se realiza no outro. O tempo que se insere no ritmo/espaço, traz a espontaneidade do traço, através do automatismo programado.

O objeto está nele mesmo e a subjetividade no leitor, este sujeito que imprime a reflexão da obra. O que ela pode acrescentar a quem vê? Os diálogos entre a experiência com o simbólico e o código, palavra dissociada de significado.

Eu não sou melhor, nem pior que nenhum homem ou mulher, ou arquétipo. Sou um ser... Humano. Hoje sofro com a conivência a competição, preconceito, fome e exclusão. Sobreviver em lugares onde pessoas excluem pessoas e permitem a manutenção de um poder autoritário e destrutivo; é sobre humana. Frases como: gosto de ir a lugares onde só tem gente bonita; faço o que for preciso para conseguir o que quero só pra dar vazão ao meu desejo; se eu pensasse como mulher seria um retardado; fazem me sentir vergonha de estar aqui.

Não me sinto parte dessa sociedade, e não porque me identifico com as questões dos excluídos e delinquentes, mas sim pelas coisas que vejo e ouço... São absurdas para qualquer parte do planeta.

Eu sei, sempre fui muito crítica, e sinto muito. Meus sentimentos não são tão nobres assim, eu também erro. Pensaram que eu seria a criatura que esperavam. Meu organismo rejeitou com toda as forças os modelos a mim atribuídos. Não sou esses valores que aprendi.

Num sentido muito prático: quem se acomoda num espaço largo se sente ameaçado por novas tendências...  E num ambiente onde a memória é “curta”, o novo escancara a porta principal e arranca o velho, esperneando, pela dos fundos.

Gostei muito de conhecer as pessoas da banda de cá, mas sem querer ofender... Tenho que dar o fora o mais rápido possível.

E dito isso saiu em linha reta com o mesmo olhar fixo no infinito.

Aoda